sábado, 23 de agosto de 2008

Games no Brasil!

A ABRAGAMES (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de jogos Eletrônicos) postou em seu website um mapa com diversas empresas nacionais de jogos eletrônicos.

Fiquei surpreso ao ver quantas empresas temos de games no Brasil! No entanto, devemos notar que neste mapa há apenas as empresas associadas à ABRAGAMES e, portanto, não retrata todas as empresas desenvolvedoras. Ou seja, temos mais espalhadas por aí.



Exibir mapa ampliado

A ABRAGAMES ainda dispõe em seu website diversas informações sobre o mercado nacional. São pesquisas de pequena profundidade que se propõe a apresentar um panorama geral de uma indústria ainda pequena, apesar de existir no país desde os anos 80. Aparentemente, a expansão da rede de computadores e o crescimento da indústria dos celulares foram os maiores responsáveis pelo desenvolvimento dos games no país.

Em 2007, a produção de jogos no Brasil por plataforma foi, aproximadamente:
43% de jogos para Web
25% para PC
13% para celular
10% para videogames de última geração
2% para videogames antigos
8% para outras plataformas.

Assim como ocorre com a vinda da Ubisoft para o Brasil, muitas empresas produtoras estrangeiras estão entrando no país para encontrar mão de obra qualificada e barata quando comparada com a americana, européia ou japonesa. Isso explica a projeção da ABRAGAMES de crescimento em 28 pontos percentuais da produção de games de última geração no país, que refletem também a estimativa de alta taxa de exportação desta indústria - muito do que é produzido aqui vai pra fora!

Das produções nacionais que exploram o mercado interno, ou seja, que ficam no país, temos como destaque os advergames, os jogos para celular e os jogos para Recursos Humanos (treinamentos, campanhas internas etc.). No entanto, a ABRAGAMES identifica que a falta de hábito de jogar os jogos eletrônicos dificulta a venda desses jogos para clientes - é o que ocorre quando há a recusa do projeto porque "isso é só um joguinho".

Uma das justificativas para a falta de hábito de jogar videogames do brasileiro, segundo a associação, está no altíssimo imposto do produto estrangeiro no mercado brasileiro, sendo maior do que 114% sobre o preço original. Ou seja, o jogo SPORE (US$ 79,95), sairia no país, segundo esta estimativa, por US$ 91,14, aproximadamente R$ 146 - valor estimado mas que não está muito distante daquele comercializado no país.

Deve-se destacar que, no exemplo acima, comparou-se o preço de um jogo que é distribuido oficialmente no país, pela própria Electronic Arts. Muitos outros games passam por mais canais de distribuição e venda, onde deve-se considerar os custos e lucratividade de cada um deles. É o que ocorre no caso do jogo GTA IV que vai de Us$ 59,99 para R$ 299,90 ou aproximadamente US$ 187,50 (aumento de 312%)

Isso pode explicar a enorme pirataria de games que ocorre no país. A ABRAGAMES apresenta um plano diretor onde, entre suas ações, há aquelas que combatem a prática dos jogos não originais.


(A pirataria no Brasil não é um problema. É uma resposta ao atual cenário de consumo de jogos originais)

Deve-se ter claro, no entanto, que a pirataria não é algo a ser combatido como um inimigo, tampouco ser visto como uma ameaça mercadológica. A pirataria é um fenômeno, uma resposta da sociedade. Tentar bloquear a sua propagação pode causar, no máximo, um efeito de lentidão no processo. Mas assim como ocorre com o combate contra bactérias, a pirataria volta mais forte, mais preparada e mais difícil de ser enfrentada. A pirataria se "combate" através do desenvolvimento da indústria por outros meios, o que já está ocorrendo como aponta os próprios dados da ABRAGAMES. A pirataria no Brasil não é um problema. É uma resposta ao atual cenário de consumo de jogos eletrônicos originais.

A indústria nacional tem muito a crescer. A ABRAGAMES faz um belo trabalho, porém ainda em seu início. Vamos ficar de olho...

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